
Eu já tentei responder a essa pergunta por diversas vezes e de formas diferentes, mas ainda não encontrei uma maneira correta.
Uma coisa posso dizer com total segurança e, baseado em minha vivência, algumas atitudes dos pais podem ajudar ou atrapalhar uma consulta e precisam ser apontadas para que possamos tirar o máximo destas visitas.
Vamos conversar sobre isso!
Pais e mães ansiosos e protetores: Geralmente são os de “primeira viagem”. Vocês recebem da vida um presente sem manual de instrução e precisam aprender tudo que é necessário para garantir o desenvolvimento desse bebê/criança.
Criança chora. Vão por mim! Elas choram e choram muito! Essa é a maneira de um bebê se expressar, uma vez que eles não sabem falar. Nós, médicos, estamos completamente adaptados a esse som, estamos tão adaptados que esse choro não nos incomoda em absolutamente nada. Não nos atrapalha. E não nos impede de fazer a consulta. É um “plus”, criança que “não chora” é uma raridade.
O que atrapalha, algumas vezes, é o papai e a mamãe tentando gerir esse ambiente. Lembrem-se, se existe alguém mais capacitado para fazer isso é o médico que está habituado e completamente à vontade com a situação.
Então aqui vai a dica número 1: Não entre em pânico!
Nós vamos pedir para os pais fazerem alguma coisa se assim for preciso. Se estamos quietos é porque o choro não está incomodando, e algumas vezes, até nos ajuda no exame.
Pais de crianças entre 1 e 3 anos:
Ah! Essa idade é um desafio constante. Têm crianças que entram de um jeito que você jura que vai ganhar “5 estrelinhas” e, em um piscar de olhos, a harmonia se transforma em uma algazarra que, por vezes, nos faz remarcar a consulta.
Mamãe, Papai, se o seu filho tem de 1 a 3 anos de idade, se preparem muito antes de irem ao médico e, aqui vão algumas dicas de ouro:
Dica número 2: Gratifique o bom comportamento do seu filho após a consulta e, NÃO gratifique caso não tenha havido uma cooperação.
Dói no coração, mas é a mais pura verdade. Gratificações para comportamento ruim só fazem com que cada consulta seja pior do que a outra.
Dica número 3: O médico sabe o que está fazendo. Ajude-o quando for solicitado.
Algumas vezes precisamos utilizar um pouco mais de energia para conseguir manter a criança parada. Conversar é bom, e todo médico vai tentar esse caminho, mas existem momentos em que não há diálogo capaz de acalmar a criança. Deixe seu médico determinar esse momento e, na hora que for solicitado, segure! Conter a criança parece um ato de violência enorme, mas dependendo das circunstâncias, é a única maneira segura de realizar o exame e diminuir o tempo de “sofrimento”.
Agora, antes de entrar no consultório com crianças e bebês de qualquer idade, é muito importante a atenção à alguns pontos, principalmente na consulta oftalmológica, são esses:
Esquecer a existência de injeção.
Eu não sei de onde saiu essa ideia de que, para controlar uma criança precisa ameaçá-la com uma injeção. Isso é péssimo e não ajuda.
Irmãos entrando juntos para serem atendidos.
Isso pode ser uma grande alternativa, mas também pode ser a impossibilidade de um exame. Sempre que possível, entrar UM IRMÃO DE CADA VEZ. Caso não tenha como, sempre escolha o irmão mais “VALENTE” para ser atendido primeiro. Vendo o irmão sorrir e brincar na consulta pode ser uma grande vantagem na hora de atender o outro.
Durante a sala de espera.
Desligue os meios eletrônicos, isso atrapalha muito na consulta oftalmológica por conta da “acomodação” dos olhos. Sempre que possível deixe a criança calma e tranquila e, de preferência, sem o tablet ou celular.
No caminho do consultório.
Sejam positivos. Linguagem positiva. Alegre. Brinquem e dividam com seus filhos episódios agradáveis e felizes que ocorreram em uma consulta e, gratifique-os pelo bom comportamento.
Então é isso. Não se assustem com as choradeiras, isso é normal.
Caso tenham alguma dúvida – pergunte – estou aqui para ajudar.
Um abraço.






Sem comentários on Rotina da consulta oftalmológica em crianças e bebês